Neste artigo vamos resumir o livro de Milton Friedman “Inflação: Causas e Curas”. Numa época em que esta palavra é proferida centenas de vezes, todos os dias, pensamos em contribuir para o seu esclarecimento.
Quem é Milton Friedman?
Milton Friedman (1912-2006) foi um economista e pensador norte-americano que ganhou o Prémio Nobel de Economia em 1976. É conhecido pelos seus trabalhos sobre inflação, economia monetária, mercado livre e liberdade económica. Foi professor na Universidade de Chicago durante mais de três décadas.
Índice
- Introdução
- O Problema da Inflação
- O Problema da Inflação: Uma Perspectiva Monetária
- O Problema da Inflação: Uma Perspectiva Fiscal
- O Problema da Inflação: Uma Perspectiva Política
- A Cura para a Inflação
- Conclusão
Capítulo 1 – Introdução
No primeiro capítulo do livro “Inflação: Causas e Curas” Milton Friedman discute a natureza da inflação e como ela afeta a economia e as finanças nacionais. Ele explica como a inflação pode ter consequências económicas graves, mas também destaca que pode ser controlada com medidas de curto e longo prazo. Para lidar bem com a inflação, é importante compreender as suas causas e, do mesmo modo, ter um plano para conter os preços. A inflação tem de ser abordada de forma proativa para evitar futuros problemas económicos.
Capítulo 2 – O Problema da Inflação
O autor explica o problema da inflação a partir de três perspetivas diferentes. A primeira perspetiva é a monetária, que explica de que modo as medidas de curto prazo do governo, particularmente a emissão de moeda pelo banco central, podem provocar inflação.
A segunda perspetiva é a fiscal, que aborda a forma como as políticas governamentais, como gastos excessivos e déficits orçamentais, podem contribuir para a inflação.
Por fim, a terceira perspetiva é a política, que discute como fatores políticos, tais como as leis laborais e decretos governamentais, podem afetar os preços e criar inflação.
Capítulo 3 – O Problema da Inflação: Uma Perspetiva Monetária
Neste capítulo, Milton Friedman explora o problema da inflação a partir da perspetiva monetária. As ações de curto prazo de um governo, particularmente a emissão de moeda pelo banco central, podem afetar decisivamente a inflação. A oferta excessiva de moeda pode levar a um aumento dos preços, e em contrapartida, como a oferta de moeda insuficiente pode levar a reduções nos preços.
Da mesma forma, as políticas monetárias, como taxas de juros e câmbio, podem afetar a inflação.
Como é que as taxas de juro afetam a inflação?
As taxas de juros podem afetar a inflação de várias maneiras. Taxas de juros mais baixas tornam o crédito mais barato, o que incentiva o consumo e o investimento. Isso aumenta a pressão sobre os preços.
Por outro lado, taxas de juros mais altas tornam o crédito mais caro, o que desencoraja o consumo e o investimento. Isso pode até reduzir os preços. Além disso, as taxas de juros também afetam a inflação por meio da economia real, pois elas afetam a procura de investimentos de longo prazo. Quando os investimentos são mais lucrativos, a procura aumenta, o que pode resultar em aumentos de preços.
Capítulo 4 – O Problema da Inflação: Uma Perspetiva Fiscal
Nest capítulo é explicado de que forma as políticas governamentais, como gastos excessivos e déficits orçamentais, podem contribuir para a inflação. Friedman explica como a emissão de moeda pelo governo para financiar gastos públicos pode aumentar a oferta de moeda, o que pode levar a um aumento dos preços. Da mesma forma, os governos podem provocar aumentos generalizados de preços ao exigir que as empresas aumentem os salários, (como o aumento do salário mínimo nacional).
Excesso de despesa pública
O excesso de despesa pública pode levar à inflação. Quando o governo gasta mais do que angaria (através de impostos), é necessário financiar esses gastos por meio da emissão de moeda. Isso significa que vai existir mais moeda a circular na economia, aumentando a oferta de moeda. Como resultado, os preços aumentam, o que causa inflação.
Capítulo 5 – O Problema da Inflação: Uma Perspetiva Política
No capítulo 5 do livro “Inflação: Causas e Curas” é discutida a inflação numa perspetiva política. Fatores políticos, tais como leis do trabalho e outra legislação, podem afetar os preços e criar inflação.
Legislação laboral pode criar inflação
Por exemplo, quando o governo estabelece salários mínimos mais altos, isso pode aumentar os custos de produção, o que pode levar a aumentos de preços. As leis laborais também podem criar inflação ao limitar a flexibilidade dos salários, o que pode impedir que as empresas contratem mais trabalhadores.
De que forma a instabilidade política pode contribuir para instabilidade nos preços
A incerteza política, a instabilidade governamental e a falta de credibilidade das autoridades monetárias podem contribuir para a instabilidade nos de preços.
Quando há incerteza política, os investidores e os consumidores tendem a adiar seus investimentos e compras, o que reduz a procura geral. Isso pode levar a uma queda nos preços. Por outro lado, a incerteza política também pode levar a um aumento dos preços, pois os agentes económicos podem tentar proteger-se contra a incerteza ao comprar ativos a preços mais altos. Além disso, a incerteza política também pode levar a uma desvalorização da moeda, o que faz aumentar os preços.
A interferência do governo na economia
Por exemplo, o governo pode interferir na economia para estimular o crescimento económico, o que pode levar a um aumento generalizado dos preços. Além disso, o governo também pode tentar controlar os preços dos bens e serviços (fixando preços, por exemplo), o que vai impedir que os preços reflitam a dinâmica da oferta e da procura. O governo pode também interferir na economia desvalorizando a moeda. Dessa forma, irá provocar uma subida de preços, ou seja, inflação.
Capítulo 6 – A Cura para a Inflação
A cura para a inflação segundo Milton Friedman é reduzir a oferta de moeda, aumentar a procura pela moeda e estabelecer uma taxa de juro que mantenha a oferta e a procura de moeda em equilíbrio.
E como reduzir a oferta de moeda?
O governo pode restringir a emissão de moeda pelo banco central. Isso significa que o banco central deve manter a oferta monetária abaixo da procura. Da mesma forma, o governo pode reduzir a dívida pública, o que leva a menos emissão de moeda para financiar os déficits orçamentais. Além disso, o governo pode implementar políticas fiscais e monetárias austeras para reduzir a oferta de moeda.
Medias fiscais e monetárias
O governo pode usar medidas fiscais e monetárias para controlar a inflação. Por exemplo, é possível aumentar os impostos e reduzir a despesa pública, o que reduz a emissão de moeda e, portanto, a inflação. O governo também pode aumentar a taxa de juro para desencorajar o consumo e os investimentos, o que reduz a procura e, portanto, a inflação. Além disso, o governo também pode implementar políticas de estabilização para reduzir a volatilidade dos preços.
Capítulo 7 – Conclusão
Por fim, a inflação deve ser encarada de forma proativa. É necessário ter uma estratégia fiscal e monetária consistente para lidar com este fenómeno económico. As autoridades monetárias devem ter credibilidade, de forma a garantir que as políticas económicas sejam consistentes e previsíveis. Friedman enfatiza ainda que a inflação deve ser abordada de maneira holística, considerando uma variedade de fatores, incluindo fatores políticos, económicos e monetários. E assim chegamos ao fim do resumo do livro “Inflação: Causas e Curas” de Milton Friedman.
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