Num mundo empresarial em constante mudança, a necessidade de eficiência operacional tornou-se imperativa para as organizações que que pretendem destacar-se. Neste cenário, a gestão da produção desempenha um papel primordial, impulsionando práticas inovadoras capazes de se adaptarem à volatilidade do mercado. Uma dessas práticas é o Sistema de Fabrico Flexível (FMS), uma solução de produção inteligente e sofisticada que traz benefícios significativos ao combinar automação, digitalização e adaptabilidade.
O FMS é um conceito poderoso que proporciona às empresas um elevado grau de personalização e uma resposta rápida às alterações de mercado, sem comprometer a eficiência operacional. Apesar do seu enorme potencial, este conceito permanece frequentemente incompreendido ou subutilizado. Neste artigo, exploraremos a fundo o que é o FMS, os seus benefícios e como pode ser implementado nas organizações.
O que é FMS?
O Sistema de Fabrico Flexível (FMS) é uma abordagem na gestão da produção que combina a automação avançada com a força da tecnologia digital para criar processos de produção altamente adaptáveis. Com a sua aplicação, as empresas podem reagir rapidamente às mudanças nas necessidades dos consumidores e às flutuações do mercado, produzindo produtos diferentes ou variando as quantidades produzidas com a mesma linha de produção.
Este sistema, gerido por computador, caracteriza-se por máquinas automáticas programáveis, sistemas de manuseamento de materiais e sistemas de controle de produção, todos trabalhando em conjunto para criar um processo de fabricação flexível. A palavra “flexível” aqui significa que o sistema é capaz de lidar com diferentes tipos de produtos simultaneamente, permitindo que as empresas se ajustem facilmente a novos designs e variações de produtos.
O FMS é geralmente adequado para produções em média escala de uma variedade de produtos. A característica chave é a capacidade de mudar e adaptar o processo de produção com um mínimo de tempo de inatividade e custos.
Em suma, o FMS é um facilitador poderoso da produção ‘just-in-time’ e da personalização em massa, duas das tendências mais significativas na gestão da produção moderna. É um conceito que oferece às empresas a oportunidade de serem verdadeiramente ágeis e adaptáveis, preparando-as para prosperar num ambiente de negócios cada vez mais imprevisível e volátil.
Nota
A sigla FMS deriva do inglês cujo significado é flexible manufacturing system.
Em português este conceito também pode ser chamado Sistema de Produção Flexível.
Como implementar um Sistema de Fabrico Flexível (FMS)?
A implementação de um Sistema de Fabrico Flexível (FMS) envolve um processo estruturado e atento, que requer planeamento cuidadoso e uma compreensão profunda das necessidades operacionais da empresa. Embora cada implementação seja única, existem várias etapas comuns que podem guiar o processo.
- Avaliação das Necessidades da Empresa – Antes de mais nada, é crucial identificar e compreender as necessidades e objetivos da empresa. Este passo envolve a análise do tipo de produtos que a empresa produz, a variação de demanda, as tendências futuras e os requisitos específicos do processo de produção.
- Escolha da Tecnologia Apropriada– Uma vez compreendidas as necessidades da empresa, o passo seguinte é escolher as tecnologias adequadas. As opções podem variar desde máquinas-ferramentas CNC a robôs industriais, sistemas de armazenamento e recuperação automática, software de gestão de produção, entre outros.
- Design do Sistema – A terceira etapa envolve o design detalhado do sistema FMS. Isto inclui a configuração do layout de fabrico, a seleção das ferramentas e equipamentos adequados, a definição dos procedimentos de trabalho e a planificação do fluxo de produção.
- Implementação e Teste – Após o design do sistema, a implementação e o teste são essenciais. Assim, durante esta fase, o sistema é construído, instalado e testado para garantir que funciona corretamente e que atinge os objetivos pretendidos.
- Formação e Suporte – Um passo crucial, muitas vezes esquecido, é a formação dos operadores que vão operar e manter o FMS. O suporte contínuo e a formação são fundamentais para garantir que o sistema é utilizado eficazmente e mantido em condições ideais.
- Avaliação e Aperfeiçoamento Contínuo – Finalmente, uma vez implementado o FMS, é importante monitorizar o seu desempenho e fazer os ajustes necessários. Isto pode incluir a otimização de processos, a atualização de equipamentos ou software, ou a formação adicional para a equipa.
Implementar um FMS é, sem dúvida, um compromisso significativo, que requer investimento de tempo, recursos e esforço. No entanto, as recompensas potenciais – maior eficiência, flexibilidade, capacidade de resposta rápida às mudanças do mercado – podem fazer deste um investimento valioso para muitas organizações.
Leitura adicional
Por fim, poderá aprofundar os seus conhecimentos sobre este tópico com os seguintes livros:
- “Flexible Manufacturing System“, de H.K. Shivanand, M.M. Benal e V. Koti.
- “An Introduction to Flexible Automation, Manufacturing and Assembly Cells and Systems in CIM (Computer Integrated Manufacturing), Methods, Tools and Case Studies“, de Paul G. Ranky.
- “Flexible Manufacturing Systems in Practice“, de J. Talavage.