Nas profundezas dos mais produtivos gabinetes de gestão, nos corredores das organizações mais eficientes, ouve-se um sussurro constante, uma sigla misteriosa que anima as conversas dos profissionais mais experientes – PERT. Não, não estamos a falar de uma nova marca de perfume ou da última banda pop. Estamos a entrar no terreno excitante, e por vezes enigmático, da gestão de projetos. Preparados para embarcar nesta aventura? Sigam-me.
As teclas dos nossos teclados vão dançar ao ritmo do Program Evaluation and Review Technique (PERT). Este método tem a capacidade de transformar um labirinto complexo de tarefas num mapa claro para a conclusão bem-sucedida de um projeto. Então, vamos tirar a poeira dos nossos óculos de leitura, ajeitar-nos na cadeira, e vamos mergulhar no mundo do PERT.
O que é o PERT?
O PERT é um método de gestão de projetos que foi originalmente desenvolvido na década de 1950 pela Marinha dos Estados Unidos, para controlar e gerir os prazos e custos do seu projeto Polaris de mísseis submarinos. Quem diria que uma técnica criada para gerir mísseis submarinos seria a solução para os vossos problemas de gestão de projetos? Bem-vindos ao fantástico mundo da transferência de conhecimentos!
Em essência, o PERT (Program Evaluation and Review Technique) é uma técnica de planeamento e controle que combina todas as diferentes tarefas de um projeto, identificando a sequência ideal de eventos e alocando recursos de forma eficiente. Utilizando diagramas de rede e estimativas de tempo, o PERT ajuda os gestores de projetos a compreender qual a duração mínima do projeto e a identificar os caminhos críticos – aquelas tarefas que, se atrasadas, irão atrasar todo o projeto.
O PERT é o farol no meio do nevoeiro da gestão de projetos, o GPS que nos guia através da selva das tarefas interdependentes. Agora que já sabem o que é o PERT, preparem-se para o próximo capítulo, onde vamos abordar como esta técnica funciona na prática, com exemplos práticos e, quem sabe, algumas surpresas pelo caminho. Vamos em frente!
» Leia também: O que a Análise PESTLIED?
Como funciona o PERT?
Vamos então abraçar o lado prático do PERT, desvendando o seu funcionamento com detalhe. Mas antes de mais, coloquem o capacete de engenheiro e imaginem-se no comando de um gigantesco projeto, tal como a construção de uma ponte. Um projeto complexo, com centenas de tarefas interligadas, que devem ser completadas na sequência correta para que a ponte se mantenha em pé.
Identificação das tarefas
O primeiro passo na utilização do PERT é identificar todas as tarefas ou atividades necessárias para a conclusão do projeto. Na nossa ponte, poderíamos ter tarefas como “Desenhar a ponte”, “Encomendar os materiais”, “Construir os pilares”, e assim por diante.
Sequenciamento das tarefas
Em seguida, devemos estabelecer a sequência dessas tarefas. Algumas podem ser realizadas em simultâneo, enquanto outras dependem da conclusão de tarefas anteriores. Por exemplo, não podemos começar a “Construir os pilares” antes de “Encomendar os materiais”.
Estimativa de tempo
Aqui é onde a magia do PERT realmente acontece. Para cada tarefa, fazemos três estimativas de tempo: a mais otimista (o menor tempo no qual a tarefa poderia ser concluída), a mais provável (o tempo que provavelmente demorará a concluir a tarefa), e a mais pessimista (o maior tempo que a tarefa poderia levar). Estas estimativas permitem-nos calcular o tempo esperado para cada tarefa e, consequentemente, para o projeto inteiro.
Criação do diagrama de rede PERT
Com base nestas informações, criamos um diagrama de rede que mostra todas as tarefas, a sua sequência e os tempos esperados. Este diagrama permite-nos identificar o “caminho crítico” – a sequência de tarefas que não pode ser atrasada sem atrasar o projeto inteiro.
Vamos voltar à nossa ponte. Suponhamos que o “caminho crítico” inclui “Desenhar a ponte”, “Encomendar os materiais”, e “Construir os pilares”. Isso significa que qualquer atraso nessas tarefas vai atrasar todo o projeto, e é por isso que devem ser geridas de forma prioritária.
Em 1960, graças ao PERT, o Projeto Apollo manteve-se dentro do cronograma e alcançou o seu objetivo de colocar um homem na Lua antes do final da década de 1960. A 20 de julho de 1969, o astronauta Neil Armstrong tornou-se o primeiro homem a caminhar na Lua, um feito extraordinário que destacou a eficácia do PERT como uma ferramenta de gestão de projetos.
E é assim que o PERT nos ajuda a navegar no complexo universo da gestão de projetos. É como ter um mapa do tesouro onde o “X” marca a conclusão bem-sucedida do projeto. Agora que têm a bússola PERT nas mãos, o sucesso está ao alcance!
O software Microsoft Project utiliza esta técnica?
Sim, o Microsoft Project, um popular software de gestão de projetos, suporta o uso da técnica PERT (Program Evaluation and Review Technique). Embora não calcule automaticamente as estimativas de tempo PERT (mais otimista, mais provável e mais pessimista), o Microsoft Project permite que os gestores de projeto insiram essas estimativas manualmente para cada tarefa.
Além disso, o Microsoft Project permite criar um diagrama de rede (também conhecido como gráfico PERT) que visualiza a sequência das tarefas, as suas dependências e o caminho crítico do projeto. Este recurso é especialmente útil para gerir projetos complexos com muitas tarefas interdependentes.
Vale a pena lembrar que, embora o Microsoft Project suporte o uso do PERT, o software não o impõe. Cabe aos gestores de projeto decidir se esta técnica é apropriada para os seus projetos específicos.
O Gráfico PERT é um Cronograma Visual?
Sim, podemos considerar o gráfico PERT (Program Evaluation and Review Technique) como um tipo de cronograma visual que ilustra a sequência e dependência de tarefas num projeto. O gráfico PERT é particularmente útil para compreender a relação entre diferentes tarefas, determinar o caminho crítico (ou seja, a sequência de tarefas que determina a duração total do projeto), e visualizar possíveis gargalos ou atrasos.
No entanto, um gráfico PERT difere de um cronograma de projeto tradicional (como um diagrama de Gantt, por exemplo) de algumas maneiras importantes. O gráfico PERT foca-se mais na relação entre as tarefas do que nas datas específicas em que as tarefas serão realizadas. Assim, enquanto um diagrama de Gantt é uma representação linear do tempo, um gráfico PERT é uma representação em rede das relações entre tarefas.
Além disso, o gráfico PERT leva em consideração a incerteza e o risco, permitindo estimativas de tempo otimistas, prováveis e pessimistas para cada tarefa. Estas estimativas podem então ser usadas para calcular a duração esperada do projeto e a variação em torno dessa expectativa.
Em resumo, embora um gráfico PERT possa ser visto como um cronograma visual, é um que enfatiza a estrutura de tarefas, as dependências e os riscos de um projeto, mais do que as datas específicas.