Nas profundezas infinitas do mundo corporativo, navegamos muitas vezes em águas vermelhas – mercados saturados, repletos de tubarões dos negócios, prontos a rasgar a concorrência numa luta brutal pela conquista de quotas de mercado. Mas, imagine por um momento, que existisse um vasto e inexplorado oceano azul, repleto de oportunidades inexploradas e livres de concorrência. Bem, senhoras e senhores, apertem os coletes salva-vidas, porque vamos embarcar numa jornada audaciosa, ao encontro dessa utopia empresarial. Preparem-se para conhecer a estratégia Blue Ocean!
Neste artigo:
- O que é a estratégia Blue Ocean
- Como aplicar esta estratégia
- Armadilhas a evitar
- Conclusão
- Aprender mais (lista de livros sobre o tema)
O que é a Estratégia Blue Ocean?
Desenvolvida pelos visionários académicos W. Chan Kim e Renée Mauborgne em 2005, a estratégia Blue Ocean não é menos do que um convite à inovação. Ao contrário das águas vermelhas dos mercados altamente competitivos (onde os tubarões se engalfinham por um pedaço de carne), a estratégia Blue Ocean sugere a criação de mercados inteiramente novos – os “oceanos azuis”. Estes são espaços de mercado inexplorados, livres de concorrência, onde a palavra “inovação” é a âncora que estabiliza a sua embarcação.
O objetivo é oferecer um valor único e superior aos clientes, evitando simultaneamente a competição. Para tal, as empresas têm que inovar e diferenciar-se. É como inventar o seu próprio jogo de tabuleiro, em vez de tentar vencer num jogo já existente.
Eu sei o que estão a pensar: “Isto soa muito bom para ser verdade!” ou “Eu preciso de um desses oceanos para ontem!”. Pois bem, antes de começarmos a saltar por cima do convés, vamos mergulhar mais profundamente neste fascinante conceito.
Como aplicar a Estratégia Blue Ocean na prática
“Ok, estou dentro, já me conquistou”, ouço-o dizer, “mas como é que eu aplico a estratégia Blue Ocean?” Agarre o seu remo, porque vamos entrar em águas mais profundas.
A aplicação prática da estratégia Blue Ocean é um processo cuidadosamente orquestrado e dividido em etapas. Para ilustrar, vamos falar de dois gigantes que dominam os seus respetivos “oceanos azuis”: a Cirque du Soleil e a Nintendo.
Compreender o mercado
Primeiro, temos que compreender o status quo – ou seja, o mercado como ele existe atualmente. Antes de o Cirque du Soleil reinventar a roda, o circo era um negócio em declínio. O público estava cansado dos mesmos velhos truques de magia e acrobacias de leões. O Cirque du Soleil reconheceu isto e perguntou: “E se criássemos um espetáculo que unisse a arte circense e o teatro, com uma pitada de extravagância?” Boom! Nasceu um oceano azul, longe do circo tradicional e de espetáculos teatrais. Eles reinventaram o circo.
Identificar e desafiar
A segunda etapa é identificar e desafiar as suposições da indústria. A Nintendo fez isto magistralmente com a sua consola Wii. Enquanto a Sony e a Microsoft competiam numa guerra de especificações técnicas, a Nintendo perguntou: “E se fizéssemos jogos que qualquer pessoa, desde a avó até ao neto, pudesse jogar e desfrutar?” E assim, a Nintendo criou um oceano azul, reinventando a ideia do que poderia ser uma consola de jogos e a quem se destinava.
Comunicar os novos valores
Por fim, a terceira etapa é comunicar esse novo valor de uma forma clara e poderosa. Tanto o Cirque du Soleil como a Nintendo não só criaram novos mercados, mas também fizeram com que o público percebesse o seu valor único. Seja através de performances teatrais deslumbrantes ou da alegria de ver a avó a jogar ténis na sala de estar, eles transmitiram uma mensagem clara: não somos como os outros.
Então, aí o tem. Crie o seu oceano azul identificando um espaço de mercado inexplorado, desafiando as suposições da indústria e comunicando o seu valor único. Ahoy, capitão, o seu oceano azul espera por si! Agora, atire a âncora, respire fundo e mergulhe nas possibilidades infinitas da estratégia Blue Ocean. No próximo capítulo, discutiremos algumas das armadilhas a evitar na aplicação desta estratégia. Até lá, bons ventos e mares calmos!
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Armadilhas a evitar ao implementar a Estratégia Blue Ocean
Então, já está pronto para zarpar rumo ao seu próprio oceano azul. Mas espere um momento, capitão corajoso! Mesmo os mares mais tranquilos podem esconder perigos ocultos. Aqui estão algumas armadilhas comuns a evitar quando implementa a estratégia Blue Ocean.
Primeira Armadilha: Subestimar a resistência à mudança
Mudar é assustador, até mesmo para os mais aventureiros entre nós. Seja a resistência dos funcionários, a hesitação dos stakeholders ou a inércia organizacional, este obstáculo pode afundar o seu navio antes mesmo de ele deixar o porto. Garanta que tem um plano de gestão de mudanças sólido e que comunica claramente a visão do seu oceano azul para todos os envolvidos.
Segunda Armadilha: Ignorar a execução
É fácil ficar tão envolvido na criação do seu novo mercado que se esquece de planear como vai, de facto, operar nele. Lembre-se, até o melhor dos planos é inútil sem uma execução eficaz. Portanto, antes de içar as velas, certifique-se de que tem os recursos, competências e processos necessários para operar no seu novo mercado.
Terceira Armadilha: Falhar na entrega de valor
Não se esqueça que a estratégia Blue Ocean é sobre a criação de um valor superior e único para os clientes. Se o seu novo mercado não o fizer, ele será tão azul quanto um morango. O seu oceano azul deve ser verdadeiramente inovador e atraente para os clientes, resolvendo os seus problemas ou satisfazendo as suas necessidades de uma forma inovadora e melhor.
Quarta Armadilha: Desconhecer a concorrência
Embora a ideia seja evitar a concorrência, é preciso compreender a sua posição. Se a sua inovação for facilmente replicável, os concorrentes poderão rapidamente invadir o seu oceano azul, tornando-o vermelho. Garanta uma vantagem competitiva duradoura, criando barreiras de entrada através de patentes, competências exclusivas ou relações fortes com os clientes.
Agora, já sabe o que evitar na sua jornada para a estratégia Blue Ocean. Boa sorte, capitão!
Conclusão
E assim, caros leitores, navegámos pelas correntes desafiadoras da estratégia Blue Ocean. Compreendemos o que é, explorámos a sua implementação e identificámos armadilhas a evitar. Tal como o vasto oceano, a jornada empresarial está cheia de incógnitas, desafios e oportunidades sem fim. A estratégia Blue Ocean fornece uma bússola útil para navegar nessas águas, mas o sucesso depende da sua visão, coragem e capacidade de execução.
No final do dia, o oceano é grande e azul, com espaço suficiente para todos nós explorarmos. Então, para onde é que o vento o vai levar? Quais são as possibilidades inexploradas que o esperam? Pegue no leme e zarpe para o seu próprio oceano azul.
Bons ventos o levem!
Aprender Mais
Aqui estão alguns dos livros mais recomendados sobre a estratégia Blue Ocean os quais estiveram na base do artigo que acabou de ler:
- “Blue Ocean Strategy: How to Create Uncontested Market Space and Make the Competition Irrelevant“, de W. Chan Kim e Renée Mauborgne. Este é o livro original que introduziu este conceito. É uma leitura obrigatória para quem quer compreender este tópico em profundidade.
- “Blue Ocean Shift: Beyond Competing – Proven Steps to Inspire Confidence and Seize New Growth” também de W. Chan Kim e Renée Mauborgne. É uma continuação do livro anterior e fornece uma abordagem prática passo a passo para a aplicação da estratégia Blue Ocean.
- “Blue Ocean Leadership (Harvard Business Review Classics)“, de W. Chan Kim e Renée Mauborgne. Neste livro, os autores aplicam o conceito da estratégia Blue Ocean à liderança, apresentando um novo modelo para liderar de forma eficaz e eficiente.
