Jeff Weiner, líder da LinkedIn, afirma que a forma clássica de elaborar e avaliar currículos tem os dias contados. Saiba como é o currículo perfeito, segundo Weiner.
Num mundo em que as transformações se processam a alta velocidade, no qual boa parte do que aprendeu na universidade se pode tornar obsoleto do dia para a noite, o trabalhador ideal para um determinado posto necessita de competências que ultrapassam o que o clássico diploma universitário pode oferecer. Essa é a opinião de Jeff Weiner, o CEO da rede social mais vocacionada para o mundo dos negócios LinkedIn. Numa conferência recente, Jeff descreveu as mudanças sofridas pelo modelo de recrutamento da sua empresa ao longo do tempo e revelou o slogan pelo qual se rege: «Competências, não diplomas».
Instituições com prestígio
A maioria das empresas ainda restringem o seu processo de recrutamento a candidatos licenciados num número limitado de instituições que supostamente têm mais prestígio. Como exemplo, ele cita um estudo recente da sua equipa onde constatou que apenas 5% dos colaboradores da área de tecnologia de empresas de Silicon Valley têm no currículo um background não tradicional.
Além de excluir potencial à partida, essa forma clássica de escolha também traz consequências do outro lado da mesa: os aspirantes a vagas passam a «vender-se» mais pelos seus certificados e conhecimentos técnicos do que pelas suas qualidades — o que, segundo Jeff, pode ser um tiro no pé.
«Há qualidades que tendem a ser completamente negligenciadas quando se analisa currículos ou perfis no LinkedIn. Mas, cada vez mais, nós percebemos que são justamente essas competências que fazem a maior diferença na nossa organização».
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Competências vs Diplomas
Weiner enumera alguns desses diferenciais. Entre eles, estão a paixão pelo trabalho, o brilho nos olhos, a perseverança, a lealdade e a mentalidade de crescimento. Daí a importância do seu slogan, dado que a maior parte desses requisitos não são aprendidos na sala de aula.
«Não se trata de dar prioridade às competências em detrimento dos diplomas. Trata-se de expandir a nossa perspetiva para além deles», realça o CEO. «Sim, diplomas de escolas específicas podem-nos levar a talentos incríveis. Mas não é algo obrigatório para encontrá-los.»
Segundo Jeff Weiner, sua gigante de tecnologia já notou resultados expressivos com o novo paradigma de recrutamento. «Estamos a encontrar pessoas incrivelmente talentosas, e que precisam de uma oportunidade». Um caso de sucesso, recorda, é o de um aprendiz da empresa que desenvolveu uma aplicação para que pessoas sem teto encontrem abrigos. Para Weiner, talvez nada disso fosse possível se o próprio jovem não tivesse vivido em situação de sem abrigo.
«Há muito talento para se encontrar se as pessoas estiverem abertas a encontrá-los em locais diferentes», garante o executivo.
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